Eu tentei me debater contra ele, mas Chase era forte demais.— Pare de tentar sair! Olhe para mim! — berrou e isso me fez paralisar, havia novamente aquela energia de perigo vindo dele, um perigo real, palpável.Eu paralisei e o encarei, sentindo meu rosto ser inundado pelas lágrimas, sua expressão antes era de raiva, mas quando eu o olhei, ela suavizou. Seu aperto nos meus pulsos diminuiu o suficiente para parecer que ele só me tocava ali, então ele baixou sua mão e a sacudiu na frente do meu rosto.Ela estava envolta de uma bandagem de linho branco, ele desamarrou o pano revelando um corte na palma. Um corte profundo o suficiente para... Não pode ser...— O sangue no lençol é da minha mão. — confirmou ele minhas suspeitas.John Chase se levantou de cima de mim e se sentou no sofá, seu olhar ainda sobre mim enquanto ele enrolava novamente o curativo.— Não aconteceu nada ontem, mas isso não significa que pensariam isso. Muito provavelmente suas criadas achariam que você não era pura
Acordei com John Chase me sacudindo levemente. Quando abri os olhos percebi que ele estava tenso, olhei ao redor procurando algum sinal que já era de manhã, mas naquele quarto sem janelas era difícil saber.—Já está na hora de ir?— perguntei a ele, mas ele já estava de pé, olhando para a porta.Ele levou um dedo aos lábios, fazendo um sinal claro de silêncio para mim, então caminhou lentamente até a porta, semicerrou os olhos e então alguém arrombou a porta.John Chase foi arremessado para longe, ele se chocou contra a parede do quarto. Quando olhei para a figura na porta, responsável por aquilo, eu gritei. Todo o meu ser gritou, e eu não pude acreditar em meus próprios olhos.Uma criatura gigante estava parada na porta, e era exatamente como as lendas descreviam, enormes olhos vermelhos, com presas gigantes capazes de rasgar qualquer coisa, e garras mais afiadas que espadas. Era alto e musculoso, apesar de ter o corpo coberto de pelos e uma aparência completamente animalesca, ele esta
Os cavalos estavam todos no estábulo. Eu corri até o mais próximo e o puxei e montei, ao subir, apertei minhas pernas e o fiz correr o máximo que podia.Era de madrugada ainda e eu optei por uma estrada que me levaria para Riviera. As terras do Duque Charles Edwards, estava mais próximo que a capital e o Palácio, e ele tinha homens, guerreiros, certamente depois de eu contar minha história, eles protegeriam a princesa.Enquanto eu cavalgava até as primeiras luzes do nascer do sol eu pensei sobre tudo que havia acontecido. Como eu iria contar que havia sido atacada por um lobisomem e que possivelmente havia me casado com uma criatura sobrenatural? O Duque Charles não era nem um pouco supersticioso, na certa acharia que eu estava fugindo do meu marido por futilidade. Homens eram todos iguais!Mas eu podia provar o que estava dizendo...Eu me lembrei da estalagem repleta de soldados despedaçados, bastava eu dizer que havia sido atacada e pedir para que eles enviassem homens em busca de s
Daniel me colocou em seu próprio cavalo e me levou em direção ao casarão, a cavalo foi um trajeto rápido e eu não falei muito, ainda estava em choque por causa do homem que ele havia matado bem na minha frente, eu tentei evocar as lembranças dos verões que passei aqui em Riviera, do Daniel magrelo e vários centímetros menor que eu, aquele Daniel vomitaria só de pensar em matar um homem por um insulto, eu desejava que ele tivesse simplesmente acertado um soco no homem, mas tirar sua vida?E o modo tranquilo que ele havia feito aquilo... era de arrepiar.Quando chegamos na propriedade dos Edwards Daniel desceu do cavalo e logo em seguida me puxou pela cintura me segurando para descer, eu olhei para a enorme construção pintada com a cor verde escuro e detalhes em branco, a casa do duque sempre foi muito impressionante, logo que subimos os degraus da varando os servos vieram ao nosso encontro, quando me viram arregalaram os olhos incapazes de esconder sua surpresa.— Mostrem seu respeito,
Eu me sentei na mesa olhando para o jantar, mas não sentia fome. Me levantei e depois voltei a deitar, rolei de um lado para o outro até finalmente dormir.Eu fiquei isolada no quarto durante três dias, eu havia pedido vinho para uma das servas enquanto ela trazia as refeições e meu pedido foi atendido. Seu nome era Liz, a ruiva da primeira vez.Eu passei esses dias me embriagando para conseguir fechar os olhos sem ver aqueles corpos despedaçados, sem ver aquele lobisomem terrível, e até mesmo aquele guarda que Daniel matou diante de mim. No quarto dia eu acordei e decidi não beber, tomei um banho e me vesti, em seguida fui falar com Daniel sobre uma escolta de volta para o palácio. Ele estava nos estábulos cuidando de seu cavalo, mas também pretendia falar a verdade.Quando me viu entrando nos estábulos se virou para mim imediatamente.— Daniel, precisamos conversar. — falei me aproximando.Eu iria dizer a verdade, mesmo que isso não fizesse o menor sentido. Eu não poderia ser a resp
Quando meu olhar pousou no comandante sentado de modo relaxado no parapeito da janela, meu coração se inundou de alívio, porque aquela energia perigosa emanando de Daniel, me alertando para fugir dele, agora estava se dissipando consideravelmente. Em seu lugar, porém, eu senti uma hostilidade partindo dos dois homens, embora o comandante exibisse um sorriso descontraído, a hostilidade que eu sentia partindo dele era quase sufocante, era como uma sombra que se alongava por todo o quarto, cujo o único alvo era Daniel.— Comandante! — exclamei, me levantando incapaz de esconder o alívio na minha voz.Chase não me respondeu, apenas me lançou um rápido olhar e voltou a encarar o Duque.— Como diabos você está aqui? Estamos no segundo andar! — o Duque também se levantou, sua postura estava tensa, seus olhos vermelhos e agora era bem óbvio que ele havia bebido muito.Chase se acomodou no parapeito e cruzou os braços, respirou fundo e respondeu:— Não sei se é apropriado que o Duque esteja no
Eu respirei fundo e me aproximei de Chase, ele havia finalmente parado de rir, e um silencio se instalou entre nós, quando eu sentei ao seu lado na cama de repente eu me lembrei de quando ele me aqueceu na estalagem, aquilo foi gentil, quando olhei nos seus olhos lamentei que aqueles olhos pertencessem ao assassino de Cristhofer, porque eram olhos tão profundamente lindos, como um mar noturno, repleto de segredos.— Eu sei que está assustada e chocada.— começou ele, mas eu o interrompi com um dedo em seus lábios, quando fiz isso percebi como aquilo era algo intimo tirei rapidamente o dedo, quando ele havia feito em minha pareceu natural demais, mas nunca havia sido silenciada daquela maneira e muito menos silenciado alguém assim.—Por que aquele
Quando chegamos aos estábulos rapidamente Chase alcançou um cavalo que parecia bem veloz, ele me jogou com facilidade para cima do animal e subiu em seguida, ele me apertou contra si e fez o animal começar a correr, saímos disparados do estábulo para o frio da noite, mesmo depois de nos afastarmos da propriedade era possível ver a luminosidade das tochas no céu, o numero delas me assustou, e seus gritos aborrecidos se fazia ouvir mesmo a distância, então o som de espadas cortou o ar, eu estremeci quando olhei para trás e vi que uma batalha entre os homens do duque e os pagãos havia começado.— Precisamos voltar! eles são muitos, Daniel vai morrer!— Eu não tenho toda essa sorte princesa.
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