Capítulo 3
Author: Luana Silva
last update Last Updated: 2024-10-29 19:42:56
- Vovó, não se preocupe. - Aurora estava simplesmente respondendo por gentileza.

Embora a vovó Erica fosse muito boa para ela, Bruno era seu próprio neto e ela era apenas sua nora. Se houvesse realmente um conflito entre o casal, a família Alves iria ajudá-la?

Aurora acreditava que não.

Aurora lembrava de como os sogros de sua irmã eram gentis com ela antes do casamento, tão bons que até a própria filha deles ficava com ciúmes. No entanto, depois do casamento, eles mudaram de atitude em relação à sua irmã. Toda vez que ela e o marido tinham um conflito, a sogra a acusava de ser uma esposa ruim. Isso mostrava que as pessoas sempre favoreciamem seus próprios filhos em detrimento de suas noras.

- Você tem que ir trabalhar, certo? NEntão não vou mais incomodá-la. Vou pedir ao Bruno para buscá-la mais tarde e vamos jantar juntos em casa hoje.

- Vovó, fecho a loja tarde da noite e talvez não seja muito conveniente voltar para jantar. Pode ser no fim de semana?

Os negócios dessa livraria dependiam da escola, e quando a escola estava fechada, o movimento era fraco e elas podiam até não abrir a lojamanter a loja fechada. A escola não abriaira naos fins de semana, portanto, ela estava livre.

- Tudo bem. Então falaremos sobre isso no fim de semana, você se ocupa primeirofaça suas coisas. - Erica disse gentilmente.

Ela desligou a ligação.

Em vez de ir direto para a livraria, Aurora enviou uma mensagem para sua amiga Stella Willis, avisando que estaria de volta à livraria antes que os alunos terminassem as aulas ao meio-dia.

Depois de se casar, ela precisava voltar para contar a sua irmã e depois se mudar da casa dela.

Dez minutos depois, Aurora voltou para a casa da sua irmã Madalena.

Seu cunhado já havia saído para trabalhar e sua irmã estava estendendo roupas na varanda. Quando a viu voltar, perguntou preocupada:

- Aurora, porque você voltou? Não vai abrir a livraria hoje?

- Vou lá ao meio-dia. Michel ainda não acordou?

Michel Francisco era o sobrinho de Aurora, com apenas dois anos de idade, estava e na idade das travessuras.

- Ainda não. Se ele estivesse acordado, a casa não poderia estar tão silenciosaestaria tão quieta.

Aurora foi ajudar Madalena a secar as roupas e perguntou sobre o que havia acontecido na noite passada.

- Aurora, seu cunhado não está querendo expulsá-la, ele só está sob muita pressão e eu não tenho renda para ajudá-lo. - Explicou Madalena pelo seu marido.

Aurora não disse nada, mas pensou que o cunhado estava apenas tentando expulsá-la de forma disfarçada.

Seu cunhado era gerente de uma empresa com alta renda. Madalena era colega de faculdade dele, e eles haviam trabalhado na mesma empresa. Depois que se casaram, seu cunhado disse carinhosamente:

- Eu vou trabalhar para cuidar de você no futuro, você pode descansar em casa e se preparar para a gravidez.

Madalena sentia que havia se casado com a pessoa certa, então realmente largou o emprego e se tornou dona de casa. Um ano após o casamento, ela deu à luz um bebê menino gordinhoo e, desde então, esteve tão ocupada com o bebê e a família que não teve mais tempo para se vestir bem ou manter a boa forma, muito menos voltar ao emprego.

Em três anos, Madalena passou de uma bela jovem paraa uma dona de casa com sobrepeso, que se vestia descuidadamente e não se arrumava mais.

Havia uma diferença de cinco anos entre Aurora e sua irmã mais velha. Quando ela tinha dez anos, seus pais morreram em um acidente de carro. Desde então, ela e sua irmã dependiam uma da outra pelo resto da vidaara viver.

A indenização pelo acidente de carro teria sido suficiente para que Aurora e sua irmã terminassem os estudos, mas os avós paternos haviam pedido uma parte, e também outra parte havia sido pedida pelos avós maternos, o que as obrigou a economizar o pouco que sobrou para conseguirem se formar na universidade.

Como a casa estava ocupada pelos avôs, Aurora e sua irmã moravam em uma casa alugada, até o casamento de Madalena que sua irmã se casou, o que pôs fimpor fim nao aluguel.

A irmã de Aurora a amava tanto que, antes de se casar, ela havia feito um acordo com seu marido de que moraria com Aurora depois do casamento. Naquela época, o cunhado concordou de bom ghrado, mas agora ele estava começando a se ressentir por ela morar alqui.

- Irmã, sinto muito por ter te causado problemas.

- Aurora, não pense assim! Mamãe e papai morreram cedo, sou o seu único apoio.

Aurora ficou emocionada. Desde criança, sua irmã era sua força, e agora ela queria ser o suporte dela.

Depois de um momento de silêncio, ela pegou sua certidão de casamento, entregou-a a Madalena e disse:

- Mana, eu me casei. Acabei de pegar a certidão de casamento e voltei para te contar essa novidade. Depois farei as malas e me mudarei daqui.

- Você se casou? - A voz de Madalena elevou várias dezenas de decibéis, não seria exagero dizer que parecia um grito.

Ela olhou para a irmã com incredulidade enquanto pegava essa certidão com pressa, e viu que estava registrado o nome de Aurora e de um estranho.

- Aurora, o que está acontecendo? Desde quando você tem namorado? Por que se casou assim tão de repente?

No caminho de volta, Aurora já havia pensado em uma explicação, ela mostrou a foto de Bruno no perfil de WhatsApp e disse:

- Irmã, ele é meu namorado e estamos apaixonados há muito tempo. O nome dele é Bruno, só que ele está muito ocupado com o trabalho e não conseguiu encontrar tempo para vir te conhecer você.

O homem na foto era maravilhoso, mas seus olhos mostravam agudeza, com uma expressão fria, parecendo uma pessoa difícil de se conviver.

- Ele me pediu em casamento e eu aceitei, depois fomos ao Cartório e tiramos a certidão de casamento. Irmã, ele é um homem muito bom e me trata bem, não se preocupe, eu também serei muito feliz depois do casamento.

Madalena ainda não conseguia aceitar o fato.

Nunca ouvira sua irmã dizer que tinha um namorado, emas agora, ela estava dizendo que ela estava casada.

Pensando que Aurora estava agindo por impulso por causa da briga entre eles na noite anteriorpassada, Madalena ficou de olhos vermelhos e disse:

- Aurora, eu já disse a seu cunhado que você pagou algumas despesas, então você pode ficar aqui sem preocupações. Não há necessidade de ter pressa para se casar com alguém e sair daqui.

Ela tinha certeza de que Aurora e seu namorado não se conheciam há muitopor muito tempo, caso contrário, ela teria lhe contado há muito tempo.

A razão pela qual ela se casou de repente, hojenaquele dia, deve ter sido porque o cunhado não gostava dela por morarmorando lá, por isso ela estava com pressa de se casar para sair da casa.

Aurora sorriu e confortou a irmã, dizendo:

- Irmã, isso realmente não tem nada a ver com você. Bruno e eu temos um bom relacionamento e eu realmente ficarei feliz. Você deve se sentir feliz por mim.

No entanto, Madalena continuava chorando.

Aurora abraçou a irmã sem poder fazer nada, e quando Madalena terminou de chorar e se acalmou, ela lhe prometeu:

- Irmã, eu voltarei para vê-la com frequência. A casa que Bruno comprou fica no Condomínio Rosa, não é tão longe daquie você, leva apenas dez minutos de bicicleta elétrica.

- Qual é a situação da família dele?

O que foi feito, não podia ser desfeito. Madalena só pôde aceitar esse fato e perguntar sobre a situação da família de Bruno.

Na verdade, Aurora não sabia muito sobre a família Alves. Embora ela conhecesse a vovó Erica há três meses, não costumava perguntar sobre sua família. Ela só ouviu vovó lhe dizer que Bruno era o mais velho da família e que havia uma série de irmãos mais novos, incluindo primos.

Bruno trabalhava em um dos maiores grupos da cidade G e tinha um carro e uma casa, por isso ela achava que a situação de sua família não seria muito ruim. Aurora contou à irmã o que sabia.

Quando Madalena descobriu que Bruno havia comprado a casa com pagamento integralà vista, ela sugeriu:

- Essa é uma propriedade pré-nupcial dele, Aurora, você pode pedir a ele para adicionar seu nome na certidão deescritura da propriedade?

O nome de Aurora precisava estar na certidão de propriedadeescritura para que ela tivesse uma garantia.

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