Capítulo 2

Finalmente o dia mais esperado chegou, eu vou viajar para a Itália e mais, vou para um casamento da máfia italiana!

Estou tão animada que nem consegui dormir direito á noite, fiquei me revirando na cama pensando em todos os lugares que vou visitar, já até listei os melhores lugares para turismo, segundo o G****e.

Eu estaria mais feliz se eu não tivesse que ir com Melissa, aquela lá esgota toda a minha paz e paciência. Tenho certeza que a megera já deu ordens para ela me infernizar na Itália também, como se já não bastasse todos os dias no trabalho. 

Tento afastar qualquer sentimento negativo que elas me fazem sentir, hoje estou feliz e não há nada que possa tirar minha plenitude. Ouço um grito vindo da cozinha.

Falei cedo demais... 

Desço o mais rápido possível, tomara que não seja nada grave. Entro na cozinha e noto que minha mãe estava fazendo faxina, um dos copos que estava no armário caiu e quebrou se partindo em pequenos pedacinhos de vidro pelo chão da cozinha. 

Enquanto ela limpa os cacos do chão percebo que o encostado, digo o namorado da minha mãe estava sentado à mesa com um copo numa mão e uma garrafa de cerveja na outra. Ele percebe o meu olhar e sorri me dando bom dia.

Minha mãe me disse que Roberto gostou de mim desde que me viu pela primeira vez, mesmo eu estando de cara fechada da primeira vez que a gente se conheceu. Me pergunto se ele ficaria chateado se soubesse que eu o chamo de encostado. 

Bom, não estou dizendo nenhuma mentira e levando em consideração que a verdade na maioria das vezes doi, acho que ele ficaria chateado sim. 

_vai fazer corrida hoje não?_ pergunto olhando para a garrafa já sabendo a resposta. Tenho certeza que ele dizia que trabalhava como motorista de aplicativo só como fachada.

_ele já está trabalhando_ minha mãe pega o resto do vidro quebrado e leva para o lixo. 

_é tô vendo, ele tá trabalhando no copo e na garrafa, né Roberto?_ digo nun tom simpático olhando para ele, o mesmo sorri para mim e noto pela reação dele que está tão bêbado que não notou o meu sarcasmo. Ao contrário da minha mãe que está me olhando furiosa.

_eu já estou indo_ digo para escapar da bronca que ela com certeza me daria. 

O táxi já está me esperando quando desço com minha mala pequena. Minha faz o drama de sempre de quando eu vou sair e eu a acalmo dizendo que só vou ficar fora por uma semana. Nós duas ficamos triste, minha mãe por passar uma semana longe de mim e eu por apenas ficar uma semana na Itália. Eu teria que tirar bom proveito desse pequeno tempo. 

Como está cedo o trânsito não atrasa muito e logo eu chego no aeroporto. Encontro Melissa me esperando perto do embarque segurando uma mala enorme, não temos muita proximidade então só nos cumprimentamos com um saudoso "bom dia" e embarcamos no vôo. 

Eu nem acredito que vou viajar para Itália e ainda mais de primeira classe! 

Cassandra deve está se revirando no leito do hospital nesse exato momento e pela primeira vez na vida agradeço à Cassandra.

Meu assento é ao lado do de Melissa, ela coloca uma ombreira e finge dormir, tenho certeza que uma das coisas que Cassandra mandou ela fazer foi me ignorar ao máximo. Pego meu fone de ouvido e dou o play na minha playlist para viajar. 

Como o vôo é direto para Roma o tempo passa bem devagar, jogo alguns joguinhos de blocos coloridos, leio algumas fanfics que estão na minha biblioteca particular, peço algumas coisas para comer, repasso a lista de lugares que vou visitar quando chegar lá e por último dou um breve cochilo. 

Ao contrário de mim Melissa parece que entrou em coma, ela dormiu a maior parte do vôo, mal comeu e voltou novamente à dormir. Não que eu me preocupe com a saúde dessa praga, eu só não quero ter que carregá-la desmaiada em meus braços até o hotel. 

A viagem parece mais longa a cada minuto que se passa, não sei se é porque estou muito empolgada ou porque o vôo demora mesmo. Decido tirar outro cochilo e dessa vez eu durmo por mais tempo.

Acordo com Melissa me sacudindo, a maioria dos passageiros já tinham descido do avião e me apresso em seguir a puxa saco da Cassandra para não me perder, olho para o céu e noto que já anoiteceu. Nem acredito que estou pisando em solo estrangeiro, tento não surtar de empolgação e sigo Melissa até o táxi após pegarmos nossas bagagens.

Chegamos na frente de um hotel luxuoso, Melissa desce do carro mas antes me pede para esperar dentro do carro, não entendo o que ela pretende fazer porém obedeço. O motorista abre o porta-malas e ela retira a sua mala grande e sai a arrastando para dentro do hotel. Não demora muito até que ela aparece e entra novamente no carro.

_vamos para esse endereço aqui_ ela diz entregando um papel ao motorista e ele acena com a cabeça.

O caminho parece longe do lugar em que paramos primeiro e Melissa não responde nenhuma das minhas perguntas. Será que esse é algum plano da Cassandra? Me sequestrar, me matar e jogar meu corpo no mar? 

Não viaja Carolina, até parece que a Cassandra pagaria uma viagem para você para te matar na Itália, ela com certeza te mataria no Brasil mesmo e ainda mais em um atropelamento. 

Tento afastar esses pensamentos ruins mas a cada segundo que passa mais a cena se parece com um sequestro. Pergunto mais um vez à Melissa para onde estamos indo e ela me responde com um "estamos chegando".

A rua parece ficar mais estreita e temo que o carro não consiga passar na próxima curva. Olho através de janela, o lugar perece uma vila, as casas parecem um pouco acabadas, arisco em dizer até abandonadas. Olho para Melissa e sua expressão seria me dá calafrios.

Ela com certeza seria capaz de me matar se a megera da Cassandra pedisse. 

Por fim o carro para e tenho a impressão de que chegamos ao endereço que estava escrito no papel. Melissa sai do carro e pega a minha mala enquanto eu me distraio com o lugar ao meu redor, o lugar onde Melissa acabou de entrar parece um hotel antigo e abandonado com uma pintura horrenda. 

Eu acho que sei o que aquela megera da Cassandra está planejando mas não quero acreditar, entro receosa no lugar e encontro Melissa conversando com um senhor de bigode engraçado, ela me vê aproximando e dispensa o homem.  

_Eu te explico tudo quando estivermos no quarto_ ela diz antes de começar a subir as escadas. 

A sigo e aproveito para olhar a bela estrutura do hotel. Subo com cuidado a escaria de madeira, tenho medo de pisar mais forte nos degraus e ela desabar debaixo do meu pé. 

Se você olhar bem pode até ver algumas casas de aranhas nas paredes, o papel de parede parece está apodrecendo em alguns cantos. Minhas pernas cansam e me pergunto quantas escadas tenho que subir para chega no tal quarto.

Subi mais alguns degraus e chegamos ao que parece ser o último andar, ela destranca a porta de madeira com uma chave antiga e a porta range ao ser aberta. Tenho certeza que esse hotel já foi cenário de algum filme de terror. 

Ela entra arrastando minha mala e eu entro em seguida, o quarto parece terrivelmente confortável, tem uma cama de casal do tempo arcaico um guarda-roupa que se abrir a porta acho que sai uma alma penada e não vi nem sinal do banheiro. Acho que a única coisa que salva o lugar é a janela, apesar do lugar parecer pobre, a vista das casas mal pintadas, mas ainda sim coloridas, era muito bonita. 

Me viro sem paciência para receber as respostas para as minhas perguntas.

_pode começar a falar. Que brincadeira é essa?_ cruzo os braços e olho Melissa deixar minha mala em cima da cama.

_Cassandra me pediu para me desculpar com você_ ela faz sinal para me sentar na cama para a ouvir e eu me recuso, ela suspira antes de continuar a falar_ quando Cassandra ficou doente a reserva dela no hotel foi automaticamente cancelada, tentamos de tudo para conseguir ter a reserva de novo mas era tarde demais, o hotel estava lotado e não havia mais quartos disponíveis.

Finjo acreditar nessa mentira mal contada, ela acha mesmo que eu acreditaria nesse teatrinho? 

Tento segurar o riso quando ela menciona que Cassandra estava preocupada comigo e que a pediu para achar outro hotel próximo.

_mas todos estavam lotados_ ela faz a melhor cara de tristeza que ela consegue fazer e continua_ aí encontrei esse aqui, eu sei que ele é simples mas eu sei que você gosta de coisas rústicas...

_sim, eu gosto de coisas rústicas não coisas abandonadas e caindo aos pedaços como esse lugar!_ a minha paciência acaba de se suicidar pulando pela janela. 

_mas vai ser até eu conseguir uma reserva em algum hotel próximo onde estou hospedada, espero que me perdoe_ ela se faz de vítima e deixa a chave da porta em cima da cama antes de sair pela porta. 

Não adiantaria eu implorar para ela me levar de volta, até porque ela não iria contra as ordens da megera. A minha única opção é ficar aqui nesse...não sei nem como chamar esse lugar!

Me sento na cama esgotada pela viagem e sem querer acabo levantando a poeira que estava em cima dos lençóis. Minha alergia logo ataca.

Vai ser uma noite longa, muito muito longa...

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