Punida Pelo Seu Amor

Capítulo 2

Sebastian não olhou para Sabrina. "Você me ouviu direito."

Sabrina mexeu nas bordas das suas roupas sujas e disse com uma voz suave: "Senhor, essa piada não tem graça nenhuma".

Sebastian ridicularizou e disse agressivamente: "Não foi esse sempre o seu plano, de se casar comigo?".

O olhar de Sebastian cortou pelo delicado rosto murcho de Sabrina como uma lâmina afiada, a olhando fixamente nos olhos. Sabrina estremeceu e virou a cabeça, mas Sebastian apertou seu queixo, a obrigando olhar para ele.

Sabrina só percebeu depois que os traços por detrás dos óculos escuros tinham um contorno interessante e atraente. Deus definitivamente o favoreceu porque tinha uma aparência tão bonita. Além disso, aquela barba no contorno da mandíbula transbordava uma masculinidade incomparável.

O seu terno estava bem ajustado e tinha uma aparência luxuoso.

Sabrina podia ver que aquele homem era uma pessoa muito distinta.

Em contraste, ela usava roupas cobertas de bolor, cabelo bagunçado, rosto sujo, odor forte e não havia tomado banho durante dias.

Os dois iriam obter uma certidão de casamento?

Sabrina baixou o olhar e disse suavemente: "Senhor, acha que por estar na prisão há dois anos e não ter visto nenhum homem, eu simplesmente saltaria para cima de qualquer homem feio ao acaso, mesmo que não o conhecesse antes?

Sebastian não pôde deixar de olhar para ela mais uma vez.

Ela era bastante jovem, mas tinha uma língua afiada e era extraordinariamente calma. O seu desgosto em relação a ela aumentava inevitavelmente. "Está usando intencionalmente este método para me enfurecer e despertar o meu interesse por você?"

Assim que terminou, não esperou pela resposta de Sabrina, mas ordenou imediatamente ao motorista: "Para a câmara municipal"!

"Me deixe ir embora! Eu nem te conheço!" Sabrina ficou horrorizada e quis sair do carro.

Com um movimento brusco, Sebastian a prendeu com o cotovelo, olhou para ela com um olhar sinistro, e disse com uma voz fria: "Mulher, escute bem! Se quiser morrer, posso a mandar embora agora".

Sabrina ficou assustada. Ela tinha lágrimas caindo pelo rosto e disse com uma voz fraca: "Eu...não quero morrer".

"Para a Câmara Municipal!" O homem ordenou novamente.

"Jovem Mestre Sebastian, vamos diretamente para a câmara municipal?" perguntou o assistente no lugar do passageiro da frente.

Sebastian ficou confuso.

O assistente olhou para Sabrina e disse sem rodeios: "As roupas da jovem senhora estão gastas, velhas e ela parece estar suja...".

"Volte à Residência Ford!" O homem deu outra ordem.

"Sim, Mestre Sebastian." O motorista ligou o motor.

Uma hora e meia mais tarde, o carro parou.

Sabrina saiu do carro e viu a grande mansão que era a Residência Ford. Estava localizada a meio caminho da montanha.

Havia um mundo de diferença em relação à velha mansão que ela tinha visto há três dias no outro lado da colina. Isto parecia um palácio, enquanto a mansão de três dias atrás era como uma prisão dilapidada. O homem que tirou a sua inocência era provavelmente um recluso condenado a morte.

Ela ainda estava perdida nos seus pensamentos quando Sebastian agarrou seu pulso.

Ela era muito menor do que ele, e os passos dele eram enormes. Ela parecia um cachorrinho perdido que ele resgatou das ruas, do modo que corria atrás dele, enquanto ele a puxava.

As empregadas da mansão fizeram uma reverencia educadamente ao verem o homem. "Bem-vindo de volta, Jovem Mestre Sebastian".

O homem conduziu Sabrina através da casa principal em direção aos quartos de baixo nível no quintal. Entregou Sabrina a algumas empregadas e disse: "Encontrem roupas limpas para ela, e deixem-na tomar um banho".

"Sim, Mestre Sebastian". As empregadas responderam levando Sabrina ao banheiro.

Ela tinha de fugir dali.

Ela não podia estar com um homem que desejava vê-la morta, mas que ainda assim queria obter uma certidão de casamento logo após ter saído da prisão.

Sabrina estava tao profundamente enraizada nos seus pensamentos que não se deu conta que as empregadas já tinham tirado a maior parte de suas roupas.

As empregadas suspiravam juntas.

"Aqueles hematomas no pescoço dela parecem ser chupões".

Quando Sabrina recuperou o seu foco, mordeu freneticamente os lábios e disse: "Não estou habituada a que pessoas me deem banho. Por favor, saiam, e eu própria me lavo".

Uma das empregadas perguntou: "A senhora e o Jovem Mestre Sebastian são...".

Sabrina interveio rapidamente e disse: "Sou empregada".

" Se banhe então". As empregadas viraram-se despreocupadamente e foram embora.

Quando elas saíram, uma das empregadas deixou sair um grunhido frio de uma maneira misteriosa: "Pensei que ela fosse a mulher do Jovem Mestre Sebastian. Ela é apenas uma empregada. Parece uma coisinha promíscua. Quem ela pensa que é para nos fazer dá-la banho"?

Quando a empregada olhou para cima, viu Sebastian de pé à porta do banheiro. A empregada fechou imediatamente a boca de tanto medo.

No banheiro, Sabrina olhou-se no espelho com a cara vermelha.

A sua preciosa primeira vez foi com um homem, que ela nunca tinha sequer conhecido. Ela nunca saberia como ele era.

Fechou os olhos, e as lágrimas deslizavam das bochechas até ao pescoço.

"Você é mesmo uma mulher imunda", disse a voz masculina rígida.

Sabrina abriu os seus olhos em pânico.

Sebastian olhou para o pescoço dela com repugnância.

Sabrina cobriu-se apressadamente com a sua roupa. As lágrimas de raiva e vergonha escorregaram pela cara abaixo. "Acabei de ser solta da prisão e o senhor me sequestrou para cá. Eu não o conheço. Por mais imunda que eu esteja, não tem nada a ver com você, está bem? Por favor, saia!"

O olhar enojado de Sebastian aterrou no rosto de Sabrina, mas ele não conseguia encontrar indícios de que ela estivesse fingindo.

Esta mulher era realmente uma vigarista habilidosa.

"Me siga para obter a certidão de casamento quando acabar de lavar a roupa. Depois de três meses, me divorciarei de você sem conflitos, e depois dividiremos uma soma. Quando essa altura chegar, se desejar ficar ao meu lado nem que for por mais um segundo, não será possível!" Assim que terminou as suas palavras, fechou a porta e foi embora.

As empregadas no pátio não ousavam respirar muito alto porque Sebastian estava presente.

Há quatro dias atrás, nesta casa, todos os empregados tinham testemunhado quão perverso e dominador pode ser este recém-nomeado chefe da família Ford.

Sebastian era o quarto filho de seu pai, e seu pai era o filho mais velho da família Ford. Os seus três irmãos e ele não foram nascidos da mesma mãe. Ele era filho de seu pai e de outra mulher. Embora a família Ford fosse uma família nobre centenária, um bastardo como Sebastian não teria sido escolhido para herdar sequer uma ínfima parte da fortuna da família Ford.

Os descendentes colaterais tinham muito mais prioridade sobre ele em matéria de herança.

Quando ele era adolescente, tinha sido levado ao exílio. No entanto, um dia finalmente lutou para regressar ao seu país e conseguiu fazê-lo, mas a sua mãe foi injustamente incriminada e encarcerada. Sebastian tinha calculado meticulosamente cada passo desde então e executado estratégias que escondiam os seus verdadeiros propósitos para expulsar os seus oponentes.

Finalmente, ele fingiu ter morrido há três dias e usou isso como ponto de partida para contra-atacar imediatamente. Por fim, ele eliminou os seus oponentes e conseguiu controlar com sucesso toda a família Ford.

Na atual família Ford, Sebastian tem a última palavra.

Sebastian só conseguia sentir-se frio por dentro sempre que se lembrava de seu passado.

Sua mãe não se tornou voluntariamente a terceira pessoa no casamento de outras pessoas. Foi um truque usado pela primeira esposa de seu pai para mantê-lo no casamento.

Quando a mãe de Sebastian descobriu que ele tinha uma família, ela já estava grávida de nove meses.

Sua mãe foi intimidada, mas ela sofreu em silêncio. Foi incriminada e encarcerada quando estava na sua meia-idade. Sebastian ganhou finalmente o controle da família Ford e tirou sua mãe da prisão, mas agora ela só tinha três meses de vida.

A sua mãe só tinha um desejo. Ela queria que ele aceitasse a sua companheira de cela, Sabrina Scott, como sua noiva.

Sebastian só podia obedecer ao seu desejo, visto que a sua mãe já não tinha muito tempo de vida.

Na noite anterior à sua decisão de tirar Sabrina da prisão, ele tinha feito uma investigação minuciosa sobre ela.

A sua investigação mostrou que esta mulher tinha um motivo posterior para se aproximar da sua mãe.

"Algo está errado, Jovem Mestre Sebastian!" A exclamação assustada de uma jovem interrompeu-lhe os pensamentos.

O olhar de Sebastian tornou-se imediatamente sério. "Qual é a causa do pânico?"

"Aquela mulher... escapou saltando pela janela", disse a empregada com medo.