Capítulo 5
Miguel franziu a testa e se aproximou.

Ela estava de olhos fechados, seu rosto adormecido exalando inocência, mas não escondia sua beleza, especialmente seus lábios, rosados e cheios, como pêssegos doces e tentadores.

Miguel, ao ver essa cena, sentiu sua ira desaparecer subitamente.

Ele se inclinou e a levantou em seus braços.

Sentindo o calor, ela se aninhou instintivamente em seus braços, buscando mais calor.

Miguel a observou com um olhar profundo, imerso em pensamentos.

Então, ele a colocou na cama e estava prestes a sair quando a ouviu murmurar em seu sono:

- Senhor, você é um canalha...

Miguel hesitou, sua mão tocando seu rosto tranquilo, acariciando sua face serena.

Luiza, profundamente adormecida, inconscientemente pressionou seus lábios contra os dedos dele.

Miguel respirou fundo.

- Luiza?

Ela acordou?

Luiza não respondeu, segurou sua mão firmemente, com o rosto pressionado contra ela, numa expressão de afeição.

Miguel baixou a cabeça e a beijou.

Sua língua ficou entorpecida pelo beijo.

Luiza despertou confusa, diante dela estava um rosto atraente ampliado.

Antes que ela pudesse falar, Miguel a beijou novamente, sua mão grande deslizando sob a saia dela, seus olhos ardendo com um calor que poderia derretê-la.

Luiza ficou fria, mordeu a língua dele com força.

- Saia de perto de mim!

Miguel, com dor, a soltou, e ela se virou, se escondendo de lado, enrolada no cobertor, e o encarou.

- O que você está fazendo? - Perguntou Miguel friamente.

- Eu que deveria perguntar o que você está fazendo. Acabou de se encontrar com a outra e veio atrás de mim, não se sente sujo? - Luiza, abraçada ao cobertor, falou com o rosto cheio de raiva.

Ao ouvir isso, os olhos de Miguel se tornaram frios e sombrios.

- Ela não é a outra, não fale sem saber.

- Até tem um filho e não é a outra?

Diante desta pergunta, Miguel não respondeu, apenas disse:

- Não a machuque.

Luiza riu friamente.

- Como eu poderia machucá-la? Eu tenho superpoderes? Ou habilidades divinas para enfrentar você?

- De qualquer forma, não a procure.

Luiza estremeceu, surpresa com o quanto ele estava protegendo aquela outra.

Ela ficou de cara fechada, sem dizer mais nada.

- Como está seu estômago? - Miguel se sentou ao lado da cama, quebrando o silêncio.

- O que isso tem a ver com você? - Luiza se irritou ao ouvir isso.

Ela estava deitada miseravelmente no hospital, enquanto ele estava com outra mulher.

Que esposa aceitaria isso?

Os olhos de Luiza se encheram de lágrimas de raiva, e ela disse diretamente:

- Miguel, vamos nos divorciar.

- Como você me chamou? - O olhar de Miguel varreu friamente sobre ela.

Antigamente, ela costumava chamá-lo de Senhor.

Miguel, oito anos mais velho que ela, naturalmente impunha uma presença intimidadora.

No passado, ela temia até um simples olhar dele.

Mas hoje, emocionalmente agitada, ela o encarou com coragem.

- Eu chamei pelo seu nome. A partir de agora, sempre vou chamar você pelo seu nome. Além disso, eu disse, vamos nos divorciar.

Desde que acordou e o viu partir pela manhã, a ideia do divórcio não saía de sua cabeça.

Por que ficar com um homem que nem ficava com ela no hospital? Para se matar de raiva?

- O que você disse? - Miguel pensou ter ouvido errado, olhando com os olhos semicerrados para ela. - Repita.

- Miguel, eu me arrependi. Não quero mais ficar com você. Vamos nos divorciar. - Luiza repetiu, palavra por palavra.

Melhor se livrar de um homem tão insensível quanto antes.

Afinal, ele disse que nunca a amaria.

Miguel deu uma risada sarcástica, com um olhar frio.

- Fazendo cena, hmm?

Até no pedido de divórcio, ele achava que ela estava fazendo cena.

Então, um homem que não a amava, mesmo que ela se enforcasse, ele pensaria que ela estava apenas brincando?

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