Capítulo 7
- Está arrependida agora? Seu amor é tão barato assim? Desapareceu sem deixar rastro em apenas dois anos? - Ele zombou friamente, fixando o olhar nela.

Luiza estava pressionada contra o travesseiro, seu rosto pálido e sem expressão.

- Sim, eu me arrependo e não vou mais gostar de ninguém no futuro. - Afirmou ela, com uma voz que mal se ouvia.

Ela não merecia aquilo.

Então, desistiu.

O rosto de Miguel ficou cada vez mais sombrio, dizendo sinistramente:

- Ótimo, você não me ama, e eu certamente não vou te deixar ir. Vou fazer você ficar ao meu lado para se redimir, por toda a vida. Isso será o seu tormento eterno.

Luiza estremeceu.

- Só porque meu pai te enganou, somos imperdoáveis?

- Sim, odeio ser enganado mais do que tudo na vida. Então, por toda a sua vida, você terá que ficar ao meu lado para se redimir. Você não tem escolha. - Dizendo isso, ele bateu a porta e saiu.

Luiza se sentou em silêncio, refletindo sobre como, por causa de um truque de seu pai, ela pagaria por toda a vida.

...

No dia seguinte.

Luiza acordou lentamente, com a luz do sol entrando pela janela do chão ao teto, muito brilhante, mas não correspondendo ao seu humor.

Seu estômago doía novamente.

Ela precisava se levantar para comer e tomar um remédio.

Luiza desceu para tomar café da manhã.

Lívia tinha feito uma canja de inhame para ela, bom para o estômago.

- Sra. Souza, se puder, coma um pouco mais. - Incentivou Lívia.

- Está bem. - Luiza comeu a canja devagar.

Ela era adorável, e Lívia, vendo ela, sentiu uma compaixão especial, acariciando sua cabeça.

De repente, se ouviu uma risada do lado de fora.

Luiza virou a cabeça e viu Miguel e Clara entrando.

Luiza parou de comer, seu rosto escurecendo.

Ele se recusava a se divorciar e ainda trazia a amante para casa, realmente era um canalha.

- Lívia, ponha os talheres. - Miguel, vestido em um terno preto, entrou com elegância.

Lívia, apenas uma empregada, não ousou desobedecer e arrumou a mesa corretamente.

Miguel e Clara se sentaram, ele agindo como se Luiza não existisse, servindo um pouco de atum a Clara.

- Você está grávida, coma mais peixes do mar profundo.

Clara ficou um pouco surpresa com o favor, olhando para Luiza, disse envergonhada:

- Sua esposa está aqui.

- Ela não vai se importar. - Miguel respondeu com uma expressão indiferente.

O coração de Luiza apertou.

Sim, ela estava lá para se redimir, não deveria se importar com essas coisas.

- Sra. Souza, desculpe, conheço Miguel há muitos anos. Ele é assim, vê que estou grávida e naturalmente cuida de mim. - Clara falou com desenvoltura, parecendo uma dama refinada.

Luiza disse friamente:

- Não me chame de Sra. Souza.

Ela agora detestava esse título, não querendo ter qualquer relação com Miguel.

- Por quê? - Clara olhou para Miguel, confusa. - Vocês têm problemas de relacionamento?

Miguel mordeu os lábios sem responder.

Clara se virou para Luiza, perguntando suavemente:

- É por causa de estarem muito tempo separados?

- Não. - Luiza respondeu com uma expressão fria. - Nosso casamento foi um arranjo, nunca houve amor!

Disse isso, olhando firmemente para Miguel.

Nos olhos frios de Miguel, não havia um pingo de calor.

Clara percebeu que o clima entre eles não era bom, o que a tranquilizou, e falou gentilmente:

- Luiza, pode me passar a salada de vegetais ao seu lado? Miguel geralmente não gosta muito de vegetais, quero colocar um pouco no prato dele para que ele coma de maneira mais saudável.

Luiza respondeu:

- Não tem um giratório na mesa? É só girar que os vegetais chegam até você.

- Ah, é verdade. - Clara teve um momento de realização. - Desculpe, fiquei tantos anos fora do país que não estou acostumada com as coisas aqui.

- Não tem giratórios em mesas de jantar no exterior?

Clara hesitou por um momento.

- Não, é que eu costumo comer sozinha, então não preciso de uma mesa assim. É bem solitário, sabe.

Related Chapters

Latest Chapter